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1. Fraudes na gestão dos CTT

A Polícia Judiciária conduziu uma investigação, iniciada em princípios de 2006, sobre alegadas fraudes na gestão dos CTT durante o período entre 2002 e 2005. As suspeitas incluem os crimes de corrupção, administração danosa, tráfico de influências, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

As suspeitas de má gestão, levantadas pela Inspecção-geral das Finanças e pela Inspecção-geral de Obra, levaram o XVII Governo Constitucional a mandatar em 2007 a administração dos CTT para processar a anterior equipa de gestão, então presidida por Carlos Horta e Costa.

A investigação incidiu em 23 situações irregulares relacionadas com actos de gestão na administração dos CTT. Foram efectuadas 85 buscas a domicílios e a empresas, tendo sido analisados mais de 500.000 registos em suporte informático.

Uma das situações mais mediáticas foi a venda de imóveis dos CTT em Lisboa e em Coimbra, destacando-se a venda do prédio dos CTT em Coimbra em Março de 2003 por 14,8 milhões euros à empresa Demagre que, no mesmo dia, o revendeu à ESAF-Espírito Santo Fundos de Investimento SA por 20 milhões de euros.

O BPN e empresas do grupo SLN surgem no âmbito deste caso como facilitadores de transferência de fundos para Offshores.

Foram constituídos 52 arguidos pela Polícia Judiciária, entre empresas e pessoas singulares, dos quais 16 foram acusados pelo Ministério Público. Em Fevereiro de 2011, o juíz Carlos Alexandre decidiu pronunciar 11.

2. Pessoas Envolvidas

  • António Mexia - ministro das Obras Públicas do XVI Governo Constitucional
  • António Rochette - vereador PS na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • Carlos Encarnação - presidente da Câmara de Coimbra
  • Carvalho Santos - vereador PS na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • Gouveia Monteiro - vereador CDU na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • João Rebelo - vereador PSD na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • José Oliveira Costa - presidente do BPN
  • José Vaz de Mascarenhas - presidente do Banco Insular de Cabo Verde
  • Luís Nazaré - presidente dos CTT, sucedendo a Carlos Horta e Costa
  • Manuel Rebanda - vereador CDS na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • Mário Lino - ministro das Obras Públicas do XVII Governo Constitucional

  • Mário Nunes - vereador PSD na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • Nuno Freitas - vereador PSD na câmara de Coimbra (2001-2005)
  • Paulo Miraldo - chefe de gabinete do ministro António Mexia
  • Rodrigues Costa - vereador PS na câmara de Coimbra (2001-2005)

3. Organizações Envolvidas

  • Azata, SA
  • BPN
  • CTT
  • Demagre
  • ESAF - Espírito Santo Activos Financeiros, empresa do Grupo Espírito Santo

  • Inspecção-Geral de Obras Públicas
  • Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
  • Rentilusa - empresa do grupo BPN
  • Sociedade Lusa de Negócios
  • TramCroNe - Promoções e Projectos Imobiliários, SA (TCN Portugal)

4. Arguidos

Um total de 16 arguidos.

  • António Bernardo - empresário

    • 1 crime - fraude fiscal
    • 1 crime - corrupção activa para acto ilícito em co-autoria
  • Armando Rodrigues - empresário

    • 1 crime - fraude fiscal
  • Carlos Alberto Silva Baptista - gestor

    • 1 crime - fraude fiscal
  • Carlos Horta e Costa - presidente dos CTT

    • 6 crimes - participação económica em negócio
    • 1 crime - administração danosa
  • Carlos Godinho

    • 1 crime - fraude fiscal
  • Gonçalo Leónidas Ferreira da Rocha - administrador dos CTT

    • 1 crime - corrupção passiva para acto ilícito
    • 1 crime - administração danosa
  • José Júlio Fonseca de Macedo - dono da empresa Demagre, juntamente com Pedro Garcez

    • 1 crime - branqueamento de capitais
    • 2 crimes - corrupção activa para acto ilícito
  • Luís do Carmo Ramos - funcionário dos CTT

    • 1 crime - corrupção passiva para acto ilícito
  • Luís Vilar - vereador PS na câmara de Coimbra (2001-2005)

    • 1 crime - corrupção passiva para acto ilícito
    • 1 crime - branqueamento de capitais
  • Manuel Simões Baptista - administrador dos CTT

    • 5 crimes - participação económica em negócio
    • 1 crime - administração danosa
  • Marcos Lagoa - presidente da ESAF, sociedade do Grupo Espírito Santo

    • 1 crime - fraude fiscal
  • Paulo Jorge Ferreira da Silveira - gestor da AutoAliança

    • 1 crime - falsificação de documento
    • 1 crime - participação económica em negócio, em co-autoria
  • Pedro Miguel Garcez - dono da empresa Demagre, juntamente com Júlio Macedo

    • 1 crime - branqueamento de capitais
    • 2 crimes - corrupção activa para acto ilícito
  • Pedro Mora - director da Galp

    • 1 crime - fraude fiscal
  • Victor Manuel Forte Camarneiro

    • 1 crime - corrupção passiva para acto ilícito
  • Victor Miguel Coelho da Silva - advogado (assessorou juridicamente Carlos Godinho)

    • 1 crime - participação económica em negócio, em co-autoria

5. Pronunciados

Um total de 11 acusados, pronunciados de todos os crimes.

  • Carlos Horta e Costa

  • Carlos Godinho

  • Gonçalo Leónidas Ferreira da Rocha

  • José Júlio Fonseca de Macedo

    • Tribunal ainda imputou 2 crimes de participação económica em negócio
  • Luís Vilar

  • Manuel Simões Baptista

  • Marcos Lagoa

  • Paulo Jorge Ferreira da Silveira

  • Pedro Miguel Garcez

    • Tribunal ainda imputou 2 crimes de participação económica em negócio
  • Victor Manuel Forte Camarneiro

  • Victor Miguel Coelho da Silva

6. Sentença

  • José Júlio Fonseca de Macedo - branqueamento de capitais, corrupção para acto ilícito e corrupção activa - 2 anos e 4 meses de prisão (pena suspensa) mais multa de 25 mil euros;
  • Pedro Miguel Garcez - branqueamento de capitais, corrupção para acto ilícito e corrupção activa - 2 anos e 7 meses de prisão (pena suspensa) mais multa de 25 mil euros;
  • Luís Vilar - branqueamento de capitais, corrupção para acto ilícito e corrupção passiva - 4 anos de prisão (pena suspensa) mais multa de 25 mil euros ;
  • Paulo Silveira - 150 dias de prisão ou ao pagamento de cem euros;

  • Marcos Lagoa - fraude fiscal - pagamento de 20 mil euros ao estado mais juros de mora.

NOTAS:

  • Luís Vilar, ex-vereador, na altura da sentença era vogal da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal.

7. Cronologia

  • 2005.06.01

    • Ministério das Obras Públicas solicita uma auditoria interna à gestão da anterior equipa de administração dos CTT.
  • 2006.07.28

    • Relatório da Inspecção-Geral das Obras Públicas (IGOP) revela gastos excessivos na gestão dos CTT de 2005.
  • 2007.01.09

    • XVII Governo Constitucional mandata administração dos CTT para levar a tribunal a gestão liderada por Carlos Horta e Costa.
  • 2008.03.05

    • Polícia Judiciária realiza buscas a empresas.
  • 2008.12.17

    • Polícia Judiciária constitui arguidos os cinco antigos administradores dos CTT, da gestão liderada por Carlos Horta e Costa
  • 2009.07.07

    • Polícia Judiciária conclui investigações e propõe acusação de 52 arguidos.
    • Carlos Horta e Costa afirma em entrevista na TVI ter anunciado nos jornais a intenção de vender o maior edifício que a empresa pública tinha em Coimbra. Facto não comprovado pelas investigações.
  • 2009.07.08

    • Escutas telefónicas realizadas no processo dos CTT revelam contactos entre elementos da maçonaria, procuradores do Ministério Público e inspectores da Polícia Judiciária.

    • Polícia Judiciária suspeita que parte do dinheiro resultante de luvas beneficiou o PSD.
  • 2009.07.09

    • Investigações encontram contacto entre Vaz Mascarenhas,ex-presidente do Banco Insular, e José Oliveira Costa, antigo presidente do BPN, sobre um negócio dos CTT.
  • 2009.12.07

    • Ministério Público acusa 16 arguidos do inquérito relacionado com actos de gestão dos CTT entre os anos de 2002 e 2005.
    • Antigos gestores dos CTT acusados de lesar a empresa em 13,5 milhões de euros.
  • 2009.12.24

    • Ministério Público (MP) acusa Carlos Horta e Costa de ter beneficiado em 2005 o grupo BPN, liderado então por Oliveira e Costa.
  • 2010.09.13

    • Início da instrução do processo em tribunal.
  • 2011.02.28

    • Tribunal Central de Instrução Criminal decide levar a julgamento 11 dos 16 arguidos do processo.
  • 2012-11-26

    • Julgamento começa hoje em Coimbra com 11 arguidos.
  • 2013-06-11

    • Administradores absolvidos mas ex-vereador condenado por corrupção no caso dos CTT

8. Artigos

Ver os artigos relevantes neste link, por favor.

9. Ficheiros em anexo a este dossier

Não existem ficheiros em anexo


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